Sentada na espreguiçadeira, era o ícone da festa a começar. A cerveja gelada, o Rei no toca-fitas, mandou instalar um chuveirão no quintal para aproveitar melhor o sol e ficava dali assistindo; era a provadora oficial para o ponto de tudo, o molho, o recheio da torta, o palmito fresco.
A família ia chegando aos poucos e logo a mesa estava coberta de migalhas de pão e das cascas rosadas do queijo do reino, nós eramos quase sempre os últimos a chegar, ê, Fernando, perdeu a hora?
Antes de ir para a mesa separavam-se as porções dos ausentes, beringela para o Márcio, torta para a Célia, e então era a hora de atacar. O prato com florzinha era o da Inês e todo mundo já sabia, ele ficava lá, sobrando, enquanto ela bebia com calma e admirava o espetáculo do dá cá aquela coxa, o peito é meu, eu quero o pescoço.
Às vezes nos levava a passear. Uma tia, cinco sobrinhos, um ônibus e estávamos no Museu do Ipiranga, quem foi que deitou na cama do imperador? Glória das glórias, sempre chegava o dia da lanchonete e o céu era o limite para o tamanho dos sorvetes, aquários gigantes a transbordar coberturas.
Ela se dizia feia, muito feia, mas tinha o cabelo ruivo, sardas e muitos sorrisos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Tenho que repetir, primoroso, primorosa, você tinha uma prima que se chamava Rosa?
Ah, Cá....
que delícia de lembranças....
AMO VC
Postar um comentário